Rio de Janeiro é
marcado pela diversidade, riqueza econômica e grande população. É como todas as
grandes metrópoles brasileiras a cidade de várias bolhas, onde existe uma
segregação social regional e econômica declarada mas poucas vezes assumida.
E no caso da Cidade de
Deus, (bairro, favela e Região Administrativa que pertence a Zona Oeste do Rio de Janeiro) na maioria das vezes excluída e sempre apontada como um mal.
Cenário final dos anos
setenta e mais as décadas seguintes da luta de um jovem aprendiz e sua legião
de pequenos e jovens seguidores.
Foi com o apoio e saberes
do Sensei Antonio Carlos Paiva, Sensei Edson Madeira e Celso Rodrigues que o
sonho foi sendo desenhado pelo jovem, hoje velho, eterno aprendiz na busca de
reconhecimento.
Porém, no meio da
estrada tinham muitos obstáculos e metas. Também muitos anjos e grandes
mestres. Destes e daqueles falarei em outra ocasião com mais carinho.
Combinando minha experiência
acadêmica em Ciências da Administração e vivência no movimento associativista
de bairros e comunidades, incentivei a criação do TAIDOKAN com estatuto, CNPJ,
registro no Conselho Regional de Desportos e na FKERJ.
Antes do TAIDOKAN, éramos
mais de 80 alunos na Cidade de Deus e em outros lugares. Todos tinham que passar por uma "peneira" junto com grupos e academias de outros territórios na disputa de uma vaga
individual nas competições da Federação de Karate do Estado do Rio de Janeiro
pelo Carioca Esporte Clube. Inclusive. Até o clube Carioca tinha sua própria equipe
sob o comando na época do Sensei Matera.
Porém a disputa de
nossos pequenos atletas por meio de nosso signo simbolizando vida, ia muito
além de medalhas, troféus e presença no pódio.
Tínhamos a missão de
multiplicar novas estratégias de reconhecimento com pesquisa e produção de
natureza acadêmica de um lado e a troca com diferentes protagonistas sociais de
todas as classes, eras e territórios.
Os que resistiram e
permaneceram estão marcados na imagem que ilustra esta matéria.
Não sei se
algum dia foram discípulos. Visto que cada um seguiu construindo suas próprias
bandeiras e ressignificando seu entendimento sobre tudo e principalmente sobre
suas vidas.
Também foi esse meu melhor desejo. Correntes só servem para ancorar
a nau próximo dos portos.
Sensei Alcyone bem
sabia o valor de nossos propósitos. Sempre presente. Atingindo 8º DAN – octogenário
partiu desta dimensão porém eterno na memória.
Acompanhando-me na evolução,
chegam ao 4º DAN: Arlei Adauto; Marcelo Jesus e André Morais. Não satisfeitos,
eles nem eu, seguem estudando: Arlei o caçula, primeiro licenciatura e bacharel em Educação Física,
depois engenharia. Andre resolve se graduar em Nutrição; Marcelo, transita
entre espadas KENDO , língua inglesa e nipônica passando por construção de
sites e já não sei nem mais por onde vai. Mas todos formando novos pequenos e
velhos espíritos Samurai.
O legado nos pertence.
Não por pretensão nossa
conquista-lo.
Mas por que neste caso
a história é que nos segue sempre.
Nós somos seu maior
legado.
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