terça-feira, 28 de março de 2017

GRUPO AMGS: UM LEGADO DE MEMÓRIAS E INSPIRAÇÃO DE MUITAS BANDEIRAS





Rio de Janeiro é marcado pela diversidade, riqueza econômica e grande população. É como todas as grandes metrópoles brasileiras a cidade de várias bolhas, onde existe uma segregação social regional e econômica declarada mas poucas vezes assumida.

E no caso da Cidade de Deus, (bairro, favela e Região Administrativa que pertence a Zona Oeste do Rio de Janeiro) na maioria das vezes excluída e sempre apontada como um mal.

Cenário final dos anos setenta e mais as décadas seguintes da luta de um jovem aprendiz e sua legião de pequenos e jovens seguidores.


Foi com o apoio e saberes do Sensei Antonio Carlos Paiva, Sensei Edson Madeira e Celso Rodrigues que o sonho foi sendo desenhado pelo jovem, hoje velho, eterno aprendiz na busca de reconhecimento.

Porém, no meio da estrada tinham muitos obstáculos e metas. Também muitos anjos e grandes mestres. Destes e daqueles falarei em outra ocasião com mais carinho.

Combinando minha experiência acadêmica em Ciências da Administração e vivência no movimento associativista de bairros e comunidades, incentivei a criação do TAIDOKAN com estatuto, CNPJ, registro no Conselho Regional de Desportos e na FKERJ.

Antes do TAIDOKAN, éramos mais de 80 alunos na Cidade de Deus e em outros lugares. Todos tinham que passar por uma "peneira" junto com grupos e academias de outros territórios na disputa de uma vaga individual nas competições da Federação de Karate do Estado do Rio de Janeiro pelo Carioca Esporte Clube. Inclusive. Até o clube Carioca tinha sua própria equipe sob o comando na época do Sensei Matera.

Porém a disputa de nossos pequenos atletas por meio de nosso signo simbolizando vida, ia muito além de medalhas, troféus e presença no pódio.

Tínhamos a missão de multiplicar novas estratégias de reconhecimento com pesquisa e produção de natureza acadêmica de um lado e a troca com diferentes protagonistas sociais de todas as classes, eras e territórios.

Os que resistiram e permaneceram estão marcados na imagem que ilustra esta matéria. 

Não sei se algum dia foram discípulos. Visto que cada um seguiu construindo suas próprias bandeiras e ressignificando seu entendimento sobre tudo e principalmente sobre suas vidas. 

Também foi esse meu melhor desejo. Correntes só servem para ancorar a nau próximo dos portos.

Sensei Alcyone bem sabia o valor de nossos propósitos. Sempre presente. Atingindo 8º DAN – octogenário partiu desta dimensão porém eterno na memória. 

Acompanhando-me na evolução, chegam ao 4º DAN: Arlei Adauto; Marcelo Jesus e André Morais. Não satisfeitos, eles nem eu, seguem estudando: Arlei o caçula, primeiro licenciatura e bacharel em Educação Física, depois engenharia. Andre resolve se graduar em Nutrição; Marcelo, transita entre espadas KENDO , língua inglesa e nipônica passando por construção de sites e já não sei nem mais por onde vai. Mas todos formando novos pequenos e velhos espíritos Samurai.

O legado nos pertence.

Não por pretensão nossa conquista-lo.

Mas por que neste caso a história é que nos segue sempre.

Nós somos seu maior legado.



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