Ainda considero necessário o empenho dos mestres em aperfeiçoar seu papel de curador. Sempre comesse as perguntas com seu mestre ou professor de confiança.
Peça para seu mestre ou professor uma lista de livros e artigos para leitura. Mas se não tiver um mestre, faça sua lista com senso crítico. A literatura será tanto mais confiável quanto suas fontes explicitas.
Em meu primeiro ingresso no mundo das Artes Marciais, fui me fascinando com os filmes sobre as sagas de combate chinesas.
Lembro-me com emoção ter em mãos livro autoral e independente do Grande Mestre Oswaldo Fadda sobre sua experiência de vida no Jiu Jitsu.
No entanto, entre os mestres de minha época, o único que realmente cobrava dos alunos desde faixa branca, os conhecimentos históricos, filosóficos e nomenclatura, era o Sensei Alcyone Soares. Ainda asim, a transmissão dos fundamentos teóricos e as perguntas durante os exames sempre eram orais.
Desde 1987, quando então faixa preta 1º DAN, ao criarmos o TAIDOKAN, fizemos da leitura e produção de conteúdos um hábito sistemático.
Mas foi com a experiencia de professor em matérias técnicas para Ensino Médio que pude popularizar entre nós do karate o que chamávamos de apostila. Em geral eram uma lista de perguntas e respostas para que as crianças e os jovens pudessem se familiarizar com os complicados nomes de golpes ditos e escritos até hoje em Japonês.
Tenha a mente aberta e sem preconceitos. Mas escolha uma arte e dentro da arte um estilo de cada vez.
O Manual Básico de Karate que publicamos aqui em formato PDF resulta das inúmeras tentativas em deixar num pequeno livro de até 20 páginas as principais indagações sobre como e por onde iniciar os estudos sobre karate.
Neste livro, longe de pretender ser definitivo e mais longe ainda de ser um tratado, apresenta-se um conceito moderno de karate com referencias aos órgãos normativos nos quais temos registro (sistema CBK/WKF).
Discorre resumidamente sobre os métodos clássicos e já de domínio público: KIHON-KATA-KUMITE.
Conclui com um pequeno dicionário dos termos mais utilizados em dojo.
Ressaltamos a importância de se completar os estudos com os documentos que regulamentam a prática das competições que podem variar conforme a organização política adotada.
Para concluir este artigo, devo lembrar que todo estudo começa com uma motivação e sempre haverá de ter um propósito. Cabe organizar a pesquisa definindo com clareza o objetivo do estudo. Seja preparar-se para um exame de faixa (dangai ou yudansha) ou para ensinar futuros samurais. Precisa sempre de justificativa, objetivo, metodologia adequada, prazos bem definidos e avaliações sistemáticas.
O e book que disponibilizamos gratuitamente não vai te ensinar como pesquisar. Mas o modo como os temas estão organizados pode ser por si uma boa dica.